Netflix e a publicidadeque não incomoda

by Contente / 3 minutos de leitura


Com um discurso de oposição ao modelo tradicional de publicidade, a Netflix conquistou um público extenso e diversificado. Assim como a Amazon Prime Video e a HBO, a plataforma de streaming global não utiliza nenhum tipo de anúncio.

A empresa acredita que a disputa pela satisfação dos usuários é mais valiosa que a receita publicitária. E de fato é. Em junho de 2019, a Hub Entertainment Research fez uma pesquisa com 1765 assinantes e concluiu que se a Netflix inserisse anúncios em seu serviço poderia perder 23% dos inscritos. Isso equivale a cerca de 36 milhões de assinantes pagos. Considerando que cada usuário gera uma receita de US$8,63 a US$13,08, dependendo da região… Já diria o ditado, “em time que está ganhando não se mexe”, pelo menos por enquanto.

Ainda assim, as produções originais da Netflix não economizam em marcas. A empresa diz que muitas vezes elas são inseridas apenas como contribuição para a narrativa. A série Stranger Things, por exemplo, se passa na década de 1980, período em que a Coca-Cola lançou uma nova fórmula, chamada New Coke. Perde-se facilmente a conta de vezes que o produto aparece compondo o cenário.

Apesar de afirmar que isso tem sido feito sem finalidades lucrativas, o CEO Reed Hastings não descarta o “product placement” como uma futura fonte de renda para a plataforma. Diferente dos anúncios do Youtube e do Facebook, que interrompem abruptamente os vídeos, essa forma de publicidade é sutil, não incomoda e ainda contribui para a construção da atmosfera.

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A estratégia de introduzir uma marca ou produto de modo natural no enredo começou em 1982, com “E.T.: O Extraterrestre”. O gerente da Hershey’s da época, Jack Dowd, aceitou a proposta da Universal Studios de investir um milhão de dólares na divulgação do filme. Em troca, a Hershey’s receberia os direitos para usar o personagem E.T. na divulgação do “Reese’s Pieces”, chocolate que seria usado na narrativa. Após o lançamento do filme, a marca teve um retorno estimado de 15 a 20 milhões de dólares.

Quase quarenta anos se passaram e o product placement permanece vivíssimo. A Netflix não esconde que é adepta fiel a essa estratégia. Já teve Kellogg, Quaker, Cheetos, Samsung, Budweiser, Coca-Cola, Coca-Cola, Coca-Cola e um pouquinho mais de Coca-Cola. Esperta é ela que entendeu que se fizer com carinho, a publicidade não incomoda.